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Os equipamentos e materiais usados em anestesia, quando mantêm contato com lesões de mucosas, são conhecidos como críticos mas, se a ligação é com mucosa íntegra ou fluidos corpóreos, são identificados como semicríticos. Ambos necessitam de esterilização ou desinfecção respectivamente, assim como todo o equipamento para anestesista.

O processo térmico de desinfecção é o procedimento recomendado para a remoção completa de toda a matéria orgânica visível dos aparelhos. A autoclavação, que é bastante usada no ambiente hospitalar e que consiste em manter o material contaminado em uma temperatura elevada, seria preferida se não estragasse os circuitos. Por isso, é preferível utilizar métodos físico-químicos mais prolongados, precisando que haja maior disponibilidade de circuitos. 

O uso de descartáveis resulta em custos maiores, até porque há a necessidade de se ter um local disponível para acondicionar o estoque dos materiais e equipamentos.

Como cuidar e preservar equipamento de assistência ventilatória para anestesista?

  • É importante umidificar os materiais utilizando água esterilizada. Não é indicado o uso prioritário do sistema fechado e contínuo de alimentação do umidificador; 
  • Retirar líquidos consistentes concentrados no circuito, para evitar deslocá-los para a traqueia do paciente. Depois desta conduta é fundamental lavar e higienizar as mãos;
  • Se não houver contraindicações, devem-se empregar, de preferência, mecanismos trocadores de umidade e calor do gênero HME (em inglês, Heat and Moisture Exchangers). A experiência  médica mostra que há uma redução representativa na incidência de PAV (pneumonia associada à ventilação mecânica) com o uso de HME, se confrontado com os métodos habituais de umidificação e aquecimento, especialmente entre os pacientes preservados, por mais de uma semana, neste sistema de ventilação;
  • Até agora, os filtros eletrostáticos são os mais recomendados, em detrimento dos filtros de membrana hidrofóbica, considerados mais caros e que não têm nenhuma evidência científica que sejam superiores aos primeiros;
  • Os equipamentos de auxílio respiratório, incluindo o AMBU, precisam ser desinfetados ou passar por assepsia de alto nível. Quando não estiverem em uso, devem ser mantidos secos e preservados;
  • Para conservar limpos e higienizados os circuitos e acessórios, deve-se desmontá-los, acondicionando-os em embalagem plástica fechada e enviando-os ao local apropriado, para que seja feita a limpeza mecânica com água e detergente enzimático (própria para uso hospitalar), na temperatura recomendada de 70ºC e o uso posterior de lavadora-desinfetadora;
  • Depois do processo de higienização e pré-secagem, os equipamentos e acessórios são colocados na secadora, onde, com ar quente, vai ser finalizada a secagem;
  • Para se manter limpos e assépticos os materiais termorresistentes, como adaptadores e traqueias, devem ser embalados em papel grau cirúrgico, rotulados e submetidos ao processo de esterilização; 
  • Depois desse processo de lavagem e secagem, os materiais termossensíveis como máscaras, válvulas, reservatórios de oxigênio, AMBU, umidificadores e nebulizadores são expostos a uma secagem complementar com ar comprimido, depois embalados, rotulados e esterilizados pelo plasma de peróxido de hidrogênio, um sistema de esterilização atóxico, com processo ambiental saudável;
  • Após o processo de esterilização, os equipamentos serão armazenados devidamente no centro cirúrgico;
  • Anteriormente a qualquer procedimento cirúrgico, durante o preparo da sala operatória, os circuitos esterilizados precisam ser conferidos antes de cada intervenção do anestesiologista, fazendo-se uma checagem previamente elaborada. 

Prudência e zelo na intubação.

  • Usar luvas estéreis, máscara cirúrgica e cânula esterilizada, além de todo o equipamento para anestesista, devidamente em condições de assepsia. Lâmina de laringoscópio reprocessada pode ser uma fonte de infecção, apesar de que não existe padronização quanto ao seu reprocessamento após o uso;
  • Não reprocessar cânula traqueal;
  • Examinar a possibilidade do uso de cânulas com via de aspiração supra-balonete, que permite a absorção de secreções subglóticas, proporcionando benefícios aos pacientes graves.

Traqueostomia em condições assépticas especialmente em sala cirúrgica. 

  • Na hora de trocar a cânula de traqueostomia, utilizar cânula esterilizada ou com desinfecção de alto-nível;
  • O curativo da traqueostomia deve ser trocado todos os dias e sempre que apresentar sujeira ou umidade. 

Como se faz a aspiração de secreções endotraqueais?

  • Utilizar sondas esterilizadas e descartáveis;
  • Para conservar limpa e sem secreções a cânula de traqueostomia, o que pode provocar asfixia ou infecções, deve-se usar luvas esterilizadas e máscara cirúrgica. Recomenda-se retirar a cânula interior e colocá-la de molho, por uns 5 minutos, num vasilhame com água e sabão. Para higienização completa, é necessário aspirar o miolo da cânula com um aspirador de secreções.